Categorias
Inovação Tecnológica Inteligência Artificial Sociedade 5.0 Tecnologia Emergente Transformação Digital

Inteligência Artificial (IA) generativa, Redes Sociais e os desafios do combate à desinformação

Artigo

Inteligência Artificial (IA) generativa, Redes Sociais e os desafios do combate à desinformação

Nos últimos anos, as redes sociais emergiram como uma força poderosa, remodelando fundamentalmente o setor da comunicação e da mídia. Esse fenômeno revolucionário trouxe consigo uma série de transformações que não apenas redefiniram a maneira como as informações são compartilhadas, mas também influenciaram diretamente a forma como as pessoas interagem com o conteúdo midiático.
Inteligência Artificial (IA) generativa, Redes Sociais e os desafios do combate à desinformação

Um dos aspectos mais notáveis dessa transformação é a instantaneidade no acesso à informação. As redes sociais proporcionaram uma plataforma onde notícias e eventos podem ser divulgados em tempo real. Seja um acontecimento global ou uma atualização local, a disseminação instantânea de informações moldou a maneira como consumimos notícias, quebrando as barreiras temporais e geográficas que antes limitavam a rapidez com que as informações eram compartilhadas.

Além disso, as redes sociais deram origem a uma nova dinâmica de engajamento do público. O público não é mais um mero receptor passivo, mas se tornou parte integrante da narrativa. Comentários, compartilhamentos e interações diretas com organizações de mídia criaram uma comunidade online vibrante, onde as opiniões individuais contribuem para a construção coletiva de conhecimento e percepção.

A divulgação de fake news pode beneficiar diferentes grupos e indivíduos, dependendo do contexto e das motivações por trás da criação e disseminação dessas informações falsas.

CLAUDIO CARVAJAL

A produção de conteúdo também passou por uma mudança significativa. Anteriormente, o monopólio da criação midiática estava nas mãos de grandes organizações de mídia. No entanto, as redes sociais democratizaram esse processo, permitindo que qualquer pessoa, em qualquer lugar, compartilhe suas ideias e perspectivas. Isso resultou em uma diversidade de vozes, enriquecendo o panorama midiático global.

Contudo, é importante reconhecer que esse novo paradigma não está isento de desafios. A proliferação de notícias falsas e desinformação nas redes sociais questiona a credibilidade das fontes tradicionais de notícias. A necessidade de distinguir entre fatos e ficção tornou-se uma preocupação crucial na era digital.

Além disso, a integração cada vez maior das redes sociais nas operações de mídia levanta questões éticas e de privacidade. A coleta de dados pessoais para personalização de conteúdo suscita debates sobre como equilibrar a inovação tecnológica com a proteção dos direitos individuais.

“Inteligência Artificial (IA) generativa” e a criação de conteúdos falsos – Fake News

A inteligência artificial generativa pode ser utilizada para criar conteúdo falso, incluindo notícias falsas (fake news). Modelos de linguagem como o GPT-3, por exemplo, têm a capacidade de gerar texto de maneira extremamente convincente, imitando estilos de escrita humana. Além de conteúdos em textos, as tecnologias de Deep Learning possibilitam ainda a criação de conteúdos falsos em vídeos, os chamados Deep Fakes.  Isso levanta preocupações sobre o potencial uso indevido dessas tecnologias para disseminar informações falsas e desinformação.

A capacidade de criar conteúdo de maneira automática e persuasiva pode ser explorada por indivíduos mal-intencionados para espalhar notícias falsas, manipular a opinião pública, difamar pessoas ou influenciar eventos. Essa é uma preocupação ética e social, pois destaca a necessidade de abordar questões como a autenticidade do conteúdo gerado por IA e desenvolver métodos para detectar e mitigar a propagação de informações falsas.

As fake News podem surgir de várias maneiras e têm diversas origens. A propagação de informações incorretas pode ser intencional ou não, e as motivações por trás da criação e disseminação de fake news são complexas. Aqui estão algumas das principais maneiras como as fake news podem nascer:

Desinformação intencional: Alguém pode criar e disseminar informações falsas deliberadamente com a intenção de enganar, manipular a opinião pública, desacreditar uma pessoa ou instituição, ou promover uma agenda específica.

Sátira e paródia: Às vezes, informações falsas são criadas como parte de sátiras ou paródias, mas, infelizmente, podem ser interpretadas como reais por algumas pessoas.

Interpretação equivocada: Informações verdadeiras podem ser mal interpretadas ou distorcidas durante a disseminação, levando a uma compreensão incorreta dos fatos.

Vazamento de informações erradas: Por vezes, informações incorretas são divulgadas por fontes não confiáveis ou por vazamentos mal verificados.

Viés de confirmação: As pessoas podem inadvertidamente compartilhar informações falsas que confirmam suas crenças preexistentes, contribuindo para a propagação de notícias falsas dentro de bolhas de filtro.

Sensacionalismo e cliques: Algumas organizações de mídia podem exagerar ou distorcer informações para atrair mais atenção, cliques ou audiência.

Uso de bots e redes sociais: Bots automatizados em plataformas de mídia social podem ser programados para disseminar informações falsas em grande escala, amplificando a disseminação dessas notícias.

Falta de verificação: A ausência de verificações adequadas por parte dos consumidores de notícias pode levar à aceitação de informações falsas sem questionamento.

Má interpretação de evidências científicas: Em algumas situações, evidências científicas podem ser mal interpretadas ou distorcidas, levando à disseminação de informações falsas.

Condições sociais e políticas: Em contextos sociais e políticos específicos, as fake news podem ser criadas e disseminadas para influenciar eleições, gerar conflitos ou manipular a opinião pública. 

Além de entender como as Fake News nascem, é essencial entender por que eles nascem e o que ganham aqueles que as produzem ou divulgam. Isto ajuda na construção de estratégias para mitigar este desafio. A divulgação de fake news pode beneficiar diferentes grupos e indivíduos, dependendo do contexto e das motivações por trás da criação e disseminação dessas informações falsas. Aqui estão algumas categorias de pessoas ou grupos que podem se beneficiar com a divulgação de fake news:

Atores políticos: Políticos podem usar fake news para manipular a opinião pública, difamar oponentes ou promover sua agenda. Isso pode ser especialmente eficaz durante campanhas eleitorais.

Agentes externos e influências estrangeiras: Governos estrangeiros ou grupos com interesses específicos podem usar fake news para influenciar a política de outros países, semear discordâncias ou minar a confiança nas instituições.

Empresas e interesses comerciais: Empresas ou setores específicos podem criar fake news para promover seus produtos, desacreditar concorrentes ou influenciar a opinião pública em seu benefício.

Indivíduos com motivações ideológicas: Pessoas com fortes convicções ideológicas podem criar e disseminar fake news para promover suas crenças, desacreditar grupos opostos ou gerar polarização.

Criadores de conteúdo online: Alguns criadores de conteúdo podem se beneficiar financeiramente da divulgação de fake news, especialmente se o conteúdo gerar muitos cliques e visualizações, aumentando a receita publicitária.

Hackers e criminosos cibernéticos: Hackers podem criar fake news como parte de campanhas de desinformação ou para distrair e desviar a atenção de atividades maliciosas, como ataques cibernéticos.

Mídia sensacionalista: Outlets de mídia sensacionalista podem se beneficiar da divulgação de notícias falsas, atraindo mais atenção e audiência.

Bots e contas automatizadas: Criadores de bots automatizados podem ser contratados para disseminar fake news em larga escala, influenciando a percepção pública e criando a ilusão de um consenso em torno de determinados tópicos.

É importante observar que, embora esses grupos ou indivíduos possam se beneficiar no curto prazo, a disseminação de fake news geralmente tem efeitos prejudiciais a longo prazo, incluindo danos à confiança pública, polarização e impactos sociais negativos. O combate a este problema requer esforços coletivos, envolvendo educação, verificação de fatos por órgãos independentes e imparciais, regulamentação e responsabilidade por parte das plataformas de mídia social.

Em resumo, é crucial que a comunidade global, incluindo pesquisadores, desenvolvedores de IA, legisladores e empresas de tecnologia, trabalhe em conjunto para desenvolver medidas que garantam o uso ético da inteligência artificial e minimizem os riscos associados à criação de conteúdo falso. Isso pode envolver o desenvolvimento de técnicas de verificação de autenticidade, educação pública sobre como identificar informações falsas e a implementação de políticas e regulamentações adequadas.

Compartilhe:

Claudio Carvajal

Claudio Carvajal

Professor e Coordenador Acadêmico na FIAP. Empreendedor na área de negócios digitais, co-founder da Singular NEXT. Palestrante na área de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia. Autor de livros na área de negócios e tecnologia.

Veja todos os Posts
Categorias
Gestão Inovação Tecnológica Inteligência Artificial Sociedade 5.0 Tecnologia Emergente

Inteligência Artificial (IA) generativa: oportunidades e desafios para empresas

Artigo

Inteligência Artificial (IA) generativa: oportunidades e desafios para empresas

A “Inteligência Artificial (IA) generativa” refere-se aos sistemas de IA que são capazes de gerar novos conteúdos, como imagens, textos, música ou outros tipos de dados. Esses sistemas são projetados para aprender padrões e características de conjuntos de dados existentes e, com base nesse conhecimento, criar novos dados que se assemelham aos exemplos fornecidos durante o treinamento.
Inteligência Artificial (IA) generativa: oportunidades e desafios para empresas

A IA generativa se baseia em princípios do Machine Learning, um ramo da inteligência artificial que permite que as máquinas aprendam com os dados. Além de analisar dados e aprender com padrões encontrados para fazer previsões ou tomar decisões com base nestes padrões, a IA generativa é capaz de gerar novos conteúdos copiando os dados de entrada no sistema.

Esta tecnologia emergiu como uma força motriz revolucionária no cenário empresarial contemporâneo, desencadeando uma onda de transformação em diversas indústrias. Sua importância transcende a mera adoção tecnológica, estendendo-se à capacidade de redefinir modelos de negócios, impulsionar a eficiência operacional e catalisar a inovação. Nessa perspectiva, a presença da IA é não apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade vital para a sobrevivência e prosperidade das empresas.

Em indústrias específicas, o impacto da IA generativa tem impactado mais rapidamente as empresas trazendo uma necessidade urgente de adaptação à tecnologia, como é o caso do setor de marketing e mídia

CLAUDIO CARVAJAL

Oportunidades que a “IA Generativa” traz para as empresas

 A utilização da IA no ambiente empresarial possibilita a automação de tarefas rotineiras e repetitivas, liberando os recursos humanos para atividades mais criativas e estratégicas. Os sistemas inteligentes podem realizar análises de dados complexas, otimizar processos logísticos e até mesmo personalizar interações com clientes. Essa automação não apenas aumenta a eficiência operacional, mas também contribui para a redução de custos, fator determinante na competitividade empresarial.

Outro ponto que merece destaque como uma oportunidade da utilização da IA nas empresas é a capacidade da IA analisar o comportamento do cliente e suas preferências. Os sistemas de IA podem oferecer experiências mais personalizadas, aumentando a satisfação do cliente e fortalecendo os laços entre a empresa e seus consumidores. Isto gera também a capacidade de prever as necessidades individuais e adaptar-se dinamicamente às mudanças nas preferências do mercado confere uma vantagem significativa na conquista e retenção de clientes.

Nos últimos anos, a IA generativa passou a se destacar como uma opção de aplicação da IA no ambiente de negócios. Segundo a empresa de consultoria Gartner, as empresas de capital de risco investiram mais de 1,7 bilhão de dólares em soluções de IA generativa nos últimos três anos. Desse montante, a descoberta de medicamentos habilitada para inteligência artificial e a codificação de software de IA receberam a maior parte do financiamento. Isto significa que soluções como o famoso “ChatGPT” são apenas o começo, soluções muito mais sofisticadas devem aparecer para impactar ainda mais o mercado.

Prever o que a IA generativa pode trazer de transformações para empresas nos próximos anos é algo extremamente difícil, mas já podemos observar como as empresas têm explorado a IA generativa e algumas vantagens potenciais incluem:

Inovação em Design e Criatividade: A IA generativa pode ser usada para criar designs inovadores e criativos em diversas áreas, desde design de produtos até publicidade e branding.

Personalização de Conteúdo: Empresas podem utilizar IA generativa para personalizar conteúdos com base em preferências individuais dos usuários, oferecendo experiências mais relevantes e envolventes.

Automação de Tarefas Criativas: A IA generativa pode automatizar tarefas criativas, como a geração de conteúdo textual, imagens ou música, permitindo que as equipes se concentrem em tarefas mais estratégicas e complexas.

Simulação e Prototipagem Rápida: Em setores como manufatura e engenharia, a IA generativa pode ser utilizada para simular e criar protótipos de maneira mais eficiente, acelerando o processo de desenvolvimento de produtos.

Melhoria na Experiência do Cliente: Ao personalizar interações com os clientes, seja por meio de chatbots ou interfaces de usuário personalizadas, a IA generativa pode melhorar a experiência do cliente, antecipando necessidades e fornecendo soluções mais eficazes.

Otimização de Processos de Negócios: Em áreas como cadeia de suprimentos e logística, a IA generativa pode otimizar processos, prevendo demandas e sugerindo ajustes para melhorar a eficiência operacional.

Desafios que a “IA Generativa” traz para as empresas

 A IA generativa apresenta inúmeras possibilidades de melhorar produtividade e performance nos negócios, mas também traz inúmeros desafios e ameaças, como o potencial para “deepfakes”, questões de direitos autorais e outros usos maliciosos da tecnologia de IA generativa direcionados contra a sua organização. Alguns desses desafios incluem:

Ética e Responsabilidade: A geração de conteúdo por IA, especialmente em casos de deepfakes ou manipulação de mídia, levanta preocupações éticas. As empresas precisam garantir o uso responsável da tecnologia e considerar as implicações éticas de criar conteúdo sintético.

Vieses e Discriminação: Se os conjuntos de dados usados para treinar modelos de IA generativa contiverem vieses, isso pode ser refletido nos resultados gerados. As empresas precisam estar cientes desses vieses e trabalhar ativamente para mitigá-los, garantindo a equidade e a imparcialidade nos resultados.

Segurança e Privacidade: A criação de conteúdo gerado por IA pode ser explorada para ataques de segurança, como deepfake de áudio ou vídeo para enganar sistemas de autenticação. As empresas precisam fortalecer as medidas de segurança para proteger contra o uso indevido dessa tecnologia.

Qualidade e Confiabilidade: A qualidade do conteúdo gerado por IA nem sempre é garantida. Pode haver casos em que a IA produza resultados inesperados, inadequados ou de baixa qualidade. As empresas precisam monitorar e garantir a confiabilidade do conteúdo gerado.

Treinamento e Aprendizado Contínuo: Os modelos de IA generativa exigem treinamento adequado, e o aprendizado contínuo é muitas vezes necessário para acompanhar mudanças nos dados de entrada e nas demandas do usuário. Isso requer recursos significativos em termos de hardware, software e expertise técnica.

Transparência e Interpretabilidade: Muitos modelos de IA generativa são considerados “caixas-pretas” devido à sua complexidade. A falta de transparência e interpretabilidade pode dificultar a compreensão de como as decisões são tomadas, o que é crucial, especialmente em casos sensíveis.

Aspectos Legais: A criação e distribuição de conteúdo gerado por IA podem levantar questões legais, especialmente em relação a direitos autorais, propriedade intelectual e responsabilidade por danos causados por informações falsas ou enganosas.

Aceitação Social: A aceitação social de tecnologias generativas, especialmente quando se trata de automação de tarefas criativas, pode ser um desafio. Compreender e abordar as preocupações do público em relação à substituição de empregos ou à manipulação de conteúdo é essencial.

Em indústrias específicas, o impacto da IA generativa tem impactado mais rapidamente as empresas trazendo uma necessidade urgente de adaptação à tecnologia, como é o caso do setor de marketing e mídia, por exemplo. De acordo com a Gartner espera-se que:

  • Até 2025, 30% das mensagens de marketing enviadas por organizações de grande porte serão geradas sinteticamente. Em 2022, esse número era inferior a 2%;
  • Até 2030, um filme de grande sucesso será criado com mais de 90% de imagens geradas por IA (texto para vídeo), acima dos 0% em 2022.

Ou seja, as empresas ou áreas de marketing e mídia que não estiverem investindo nesta tecnologia terão sérias dificuldades de se manter no mercado nos próximos anos.

Em resumo, o investimento na IA generativa é uma estratégia vital para empresas que buscam se destacar no atual cenário empresarial dinâmico. As vantagens oferecidas pela inovação e eficiência operacional superam os desafios associados, desde que sejam adotadas práticas éticas e responsáveis. Ao fazê-lo, as empresas estarão preparadas para enfrentar os desafios do futuro e colher os benefícios duradouros que a IA generativa pode proporcionar ao sucesso empresarial.

 

Compartilhe:

Claudio Carvajal

Claudio Carvajal

Professor e Coordenador Acadêmico na FIAP. Empreendedor na área de negócios digitais, co-founder da Singular NEXT. Palestrante na área de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia. Autor de livros na área de negócios e tecnologia.

Veja todos os Posts
Categorias
Inovação Tecnológica Inteligência Artificial Pesquisa e Desenvolvimento Tecnologia Emergente

Como preparar sua empresa para as novas tecnologias em 2024

Artigo

Como preparar sua empresa para as novas tecnologias em 2024

As tecnologias estão evoluindo a uma velocidade sem precedentes afetando todos os setores e áreas da economia. Empresas que não conseguem se adaptar rapidamente às inovações correm o risco de ficar para trás, se tornarem obsoletas rapidamente ou até mesmo deixarem de existir. Para além da tecnologia, as mudanças no macro ambiente, em especial nas preferências e valores culturais dos consumidores, podem afetar significativamente o sucesso de uma empresa.
novas tecnologias em 2024

Para se adaptar a este cenário, as empresas devem buscar estratégias e métodos que permitam acompanhar continuamente quais são as tendências que devem impactar seu negócio e proativamente se prepararem para elas.

E como acompanhar as tendências tecnológicas num ambiente cada vez mais dinâmico no qual as transformações ocorrem numa velocidade sem precedentes? Algumas organizações respeitáveis realizam pesquisas e divulgam relatórios periodicamente norteando as empresas neste sentido

. Então, a primeira dica é acompanhar estes relatórios. Segundo a Gartner, uma das empresas mais confiáveis no ambiente empresarial com relação a tendências tecnológicas, estas são as principais tecnologias que devem acelerar as transformações este ano, publicadas em seu relatório “Top Strategic Technology Trends for 2024”:

É preciso validar com o futuro cliente se de fato a ideia resolve melhor o problema do que os concorrentes atuais.

CLAUDIO CARVAJAL

  • Inteligência Artificial Generativa Democratizada: A Inteligência Artificial Generativa (GenAI) está se democratizando pela confluência de modelos maciçamente pré-treinados, computação em Nuvem e código aberto, tornando acessível a profissionais em todo o mundo. Até 2026, o Gartner prevê que mais de 80% das empresas terão utilizado APIs e modelos de Inteligência Artificial Generativa e/ou implantado aplicativos habilitados para a tecnologia em seus ambientes de produção, o que representa um aumento em relação aos menos de 5% registrados no início de 2023.
  • Gerenciamento de Confiança, Risco e Segurança da Inteligência Arificial (TRiSM): A democratização do acesso à Inteligência Artificial tornou a necessidade de Gerenciamento de Confiança, Risco e Segurança da tecnologia (TRiSM) ainda mais urgente e clara. Sem diretrizes, os modelos de Inteligência Artificial podem gerar rapidamente efeitos negativos que se descontrolam, encobrindo qualquer desempenho positivo e ganhos para a sociedade que a  tecnologia possibilita. O Gartner prevê que até 2026, as empresas que aplicarem controles de Gerenciamento de Confiança, Risco e Segurança da Inteligência Artificial aumentarão a precisão de suas tomadas de decisão, eliminando até 80% de informações ruins ou ilegítimas.
  • Desenvolvimento Auxiliado por Inteligência Artificial: O desenvolvimento auxiliado por Inteligência Artficial é o uso de tecnologias do tipo, como Inteligência Artificial Generativa e Machine Learning, para ajudar engenheiros de software em seus projetos, codificação e teste de aplicativos. A engenharia de software assistida por Inteligência Artificial melhora a produtividade dos desenvolvedores e permite que equipes de desenvolvimento atendam à crescente demanda por software para os negócios.
  • Aplicações Inteligentes: As aplicações inteligentes incluem inteligência como uma capacidade. O Gartner define isso como a adaptação aprendida para responder de forma apropriada e autônoma. Essa inteligência pode ser utilizada em muitos casos para melhorar ou automatizar o trabalho. Existe uma clara necessidade e demanda por aplicações inteligentes. Cerca de 26% dos CEOs na Pesquisa de CEO e Executivos de Negócios Sênior do Gartner de 2023 citaram a escassez de talentos como o risco mais prejudicial para suas empresas. A atração e retenção de profissionais são a principal prioridade de força de trabalho dos CEOs, enquanto a Inteligência Artificial foi apontada como a tecnologia que terá o impacto mais significativo em suas indústrias nos próximos três anos.
  • Gestão Contínua de Exposição a Ameaças: A Gestão Contínua de Exposição a Ameaças (CTEM) é uma abordagem pragmática e sistemática que permite que as empresas avaliem continuamente e de forma consistente a acessibilidade, exposição e explorabilidade dos ativos digitais e físicos de uma empresa. Até 2026, o Gartner prevê que as empresas que priorizarem seus investimentos em segurança com base em um programa de Gestão Contínua de Exposição a Ameaças alcançarão uma redução de dois terços nas violações.
  • Machine Customers: Também chamados de ‘custobots’, os Machine Customers são atores econômicos não-humanos que podem negociar e comprar autonomamente bens e serviços em troca de pagamento. Até 2028, existirão 15 bilhões de produtos conectados com potencial para agir como clientes, além de bilhões a mais a serem lançados nos próximos anos. Essa tendência de crescimento será a fonte de trilhões de dólares em receitas até 2030 e eventualmente se tornará mais significativa do que a chegada do comércio digital.
  • Tecnologia Sustentável: A tecnologia sustentável é um conjunto de soluções digitais usadas para promover resultados ambientais, sociais e de governança (ESG) que apoiam o equilíbrio ecológico de longo prazo e os direitos humanos. O Gartner prevê que até 2027, 25% dos CIOs verão sua compensação pessoal ligada ao impacto de sua tecnologia sustentável.
  • Engenharia de Plataformas: A engenharia de plataformas é a disciplina de construir e operar plataformas internas de desenvolvimento de autosserviço. Cada plataforma é uma camada, criada e mantida por uma equipe de produto dedicada, projetada para atender às necessidades de seus usuários, interagindo com ferramentas e processos. O objetivo da engenharia de plataformas é otimizar a produtividade, a experiência do usuário e acelerar a entrega de valor comercial.
  • Plataformas de Nuvem da Indústria: Até 2027, o Gartner prevê que mais de 70% das empresas usarão plataformas de Nuvem da indústria (ICPs) para acelerar suas iniciativas de negócios, o que representa um aumento em relação os 15% estimados para 2023. As plataformas abordam resultados de negócios relevantes para a indústria, combinando serviços subjacentes de SaaS, PaaS e IaaS em uma oferta completa com capacidades componíveis.

Existem outras fontes interessantes para analisar tendências como relatórios de outras grandes empresas de consultoria globais como Ernst & Young, KPMG, PwC, além de institutos de pesquisa como o Future Today Institute, da futurista e professora Amy Webb. Mas há uma certa proximidade nas projeções com relação a percepção sobre Inteligência Artificial, Gestão da segurança da informação, ciência de dados, tecnologias sustentáveis e uso ético e responsável das novas tecnologias, a chamada Gestão Social e Ambiental, em inglês Environmental, Social and Governance – ESG.

Entender quais são as tecnologias que devem mudar o mundo é o primeiro passo. O próximo desafio é trazer esta reflexão para o ambiente do seu negócio. Como estas tecnologias devem mudar o comportamento do seu consumidor, a forma como você produz e trabalha na sua empresa, que ameaças se constituem para sua empresa com a chegadas destas tecnologias ao mercado e quais são as oportunidades que sua empresa pode explorar com estas mudanças?

Em resumo, criar estratégias de inovação empresarial é vital para garantir a relevância e a sustentabilidade das empresas num ambiente em constante evolução. Isso envolve uma abordagem proativa para se adaptar às mudanças, investir em tecnologia, sustentabilidade e, acima de tudo, manter uma mentalidade flexível e inovadora.

Compartilhe:

Claudio Carvajal

Claudio Carvajal

Professor e Coordenador Acadêmico na FIAP. Empreendedor na área de negócios digitais, co-founder da Singular NEXT. Palestrante na área de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia. Autor de livros na área de negócios e tecnologia.

Veja todos os Posts
Categorias
4ª Revolução Industrial Inovação Tecnológica Inteligência Artificial Metaverso Tecnologia Tecnologia Emergente Transformação Digital

Dez passos que podem fazer a diferença na criação de uma startup

Artigo

Dez passos que podem fazer a diferença na criação de uma startup

O Brasil está entre os cinco países com maior potencial empreendedor do mundo. Cinquenta e três por cento da população entre 18 e 64 anos que não é empreendedora tem o sonho ou a intenção de abrir uma empresa. O dado é da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, realizada em 2021 pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas) em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP).
O Brasil está entre os cinco países com maior potencial empreendedor do mundo. Cinquenta e três por cento da população entre 18 e 64 anos que não é empreendedora tem o sonho ou a intenção de abrir uma empresa. O dado é da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, realizada em 2021 pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas) em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP).

Empreender pode significar correr altos riscos, mas existem estratégias, métodos e ferramentas que auxiliam a jornada do empreendedor. O professor Cláudio Carvajal, coordenador acadêmico da graduação da FIAP e cofundador da startup Singular Next, elencou dez passos para ajudar na criação de uma startup. 

É preciso validar com o futuro cliente se de fato a ideia resolve melhor o problema do que os concorrentes atuais.

CLAUDIO CARVAJAL

1  Encontrar um propósito

O futuro empreendedor deve descobrir sua vocação. Muitas áreas de atuação podem trazer bons retornos financeiros, mas é muito difícil acreditar que alguém que não goste de uma atividade seja bem-sucedido atuando nela. Seria como imaginar um vegano abrindo uma churrascaria porque ouviu falar que o setor está em alta. É de se questionar o empenho e a dedicação deste empreendedor para se atualizar sobre o setor e inspirar as pessoas que trabalham com ele. 

2  Encontrar as pessoas certas

Em especial, quando se busca um sócio, é essencial fazer uma boa escolha para que o negócio tenha mais chances de sucesso. É quase como um casamento. Se não houver uma afinidade de valores, princípios e propósito, é provável que a sociedade não dure muito. Esta filosofia de escolher bem as pessoas que participarão do empreendimento como colaboradores ou parceiros comerciais segue o mesmo raciocínio: buscar pessoas que sonhem o mesmo sonho que a empresa, sempre que possível.

3  Fazer uma imersão na área que pretende empreender

É essencial para o empreendedor fazer cursos, ler bastante e procurar pessoas que já atuam nesta área e que possam compartilhar experiências.  É sempre mais fácil e mais barato aprender com a experiência dos outros. Faz parte do investimento no negócio buscar conhecimento, desenvolver habilidades que ajudem no desenvolvimento do negócio.

4  Identificar os problemas reais da área

O empreendedorismo digital começa identificando os problemas de determinada área, afinal, onde há problemas, há oportunidades. Os problemas podem ser: dificuldades que as pessoas, as empresas ou até mesmo a sociedade tenham e que as organizações ainda não estão ajudando na sua solução, ou ainda não estão ajudando de forma eficaz.

5  Ideação

Não é necessário ter uma ideia inédita para criar valor para as pessoas. Muitas empresas nascem de ideias que se propõem a resolver problemas iguais, mas de forma diferente. Conhecer como os concorrentes entregam valor e quais são seus pontos fracos ajuda a entender como melhorar aquilo que já existe.

Uma inovação incremental pode ser poderosa para melhorar a competitividade. Um bom exemplo de metodologia que auxilia no processo de ideação é o design thinking, um conjunto de métodos e processos para abordar problemas, coletar e analisar informações relacionadas a estes problemas, gerar conhecimento relacionado e idealizar propostas de soluções. 

6  Validar a ideia

As ideias que surgem nesse processo de “ideação” precisam ser validadas. É preciso validar com o futuro cliente se de fato a ideia resolve melhor o problema do que os concorrentes atuais. Existem ferramentas que podem ajudar neste processo, ainda dentro da abordagem do design thinking, que propõem a prototipação e o teste deste protótipo com potenciais clientes, para entender se de fato há valor na solução criada. 

7  Modelar o negócio

É importante utilizar métodos para criação e validação do modelo de negócios utilizado. O Business Model Canvas é uma ferramenta muito interessante para ajudar nesta etapa. O Business Model Generation é uma metodologia para esboçar um plano de negócios relativo a uma ideia de negócios, para validar se ela é realmente boa. É uma simplificação do modelo de negócios tradicional, no qual os autores Alex Osterwalder e Yves Pigneur propõem a análise de nove fatores de sucesso, ou nove “blocos de construção”, para que o empreendedor e sua equipe validem a ideia.

8  Planejar as finanças da futura empresa

O planejamento financeiro da startup é um ponto fundamental para aumentar as chances de sucesso. O plano financeiro é o documento que busca prever os recursos necessários para viabilizar a operação da empresa, estima a possibilidade de retorno do investidor e ajuda na tomada de decisão, inclusive para “pivotar” a estratégia de negócios, adequando melhor a “ideia” à realidade dos custos e da formação de preços. Os empreendedores precisam ter criatividade para ajustar tanto seu modelo de negócios quanto seu planejamento financeiro à medida em que a evolução da empresa vai validando ou não as premissas definidas para o cálculo das projeções.

9  Preparar um ótimo pitch para atrair investidores, parceiros, clientes etc

De maneira bem simplificada, um pitch é a apresentação de venda de um produto ou negócio. Na linguagem do empreendedorismo, este pitch pode ser utilizado para conseguir um cliente, mas também para conseguir um sócio, um parceiro ou investidor para a empresa.

Há várias técnicas de comunicação e oratória que podem ajudar alguém a se preparar para este desafio de apresentar uma ideia, um produto ou uma empresa para estes diferentes públicos, além de técnicas e habilidades para criar apresentações de slides incríveis que também ajudam a convencer sobre o potencial do negócio.

10  Acreditar e não desistir do sonho

Iniciar um negócio é acreditar no potencial da ideia, no poder de transpor barreiras e dificuldades que inicialmente não se pode imaginar, mas que certamente aparecerão pelo caminho. 

As histórias de sucesso de grandes empreendedores, apesar de terem trajetórias muito diferentes, têm um ponto em comum: são casos incríveis de persistência. Em grande parte, é preciso fracassar algumas vezes até obter o sucesso. Cada derrota é uma oportunidade de aprendizado, e cada vitória mais uma fonte de motivação para seguir em frente. Casos de empreendedores que fracassaram várias vezes até conseguir criar um negócio de sucesso são bem comuns, por isso a resiliência é fator decisivo nesta jornada. 

Compartilhe:

Claudio Carvajal

Claudio Carvajal

Professor e Coordenador Acadêmico na FIAP. Empreendedor na área de negócios digitais, co-founder da Singular NEXT. Palestrante na área de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia. Autor de livros na área de negócios e tecnologia.

Veja todos os Posts
Categorias
4ª Revolução Industrial Inovação Tecnológica Inteligência Artificial Metaverso Tecnologia Tecnologia Emergente Transformação Digital

As Principais Tendências de Tecnologia para 2023

Artigo

As Principais Tendências de Tecnologia para 2023

Tendências Tecnológicas para 2023
O avanço das transformações sociais e econômicas devem continuar impulsionando a necessidade de investimento em tecnologia nas empresas em 2023 e nos próximos anos. O desafio de atualizar a tecnologia nas organizações para garantir sua competitividade e sustentabilidade traz anualmente a necessidade de reavaliar quais são as tecnologias mais importantes para o seu negócio dentre as inúmeras tendências tecnológicas que se apresentam.

Desta forma, o papel dos gestores é identificar quais são estas tendências tecnológicas inicialmente, e a partir daí analisar quais são as tecnologias que podem impactar positivamente o seu modelo de negócios, ou ainda mudar seu modelo de negócios no curto prazo. Esse é o caminho para tomada de decisão eficaz com relação a investimentos em tecnologia.

O primeiro passo então é identificar quais são estas tendências tecnológicas para 2023. Tomando como base algumas fontes importantes como Gartner, o IT Forum e a Forbes Brasil dentre outros, podemos identificar algumas tecnologias que são praticamente um consenso entre especialistas para este ano: Inteligência Artificial e Computação Cognitiva, Cloud Computing, Computação Quântica, Hiperautomação, Superapps, Metaverso e Sustentabilidade.

 

Inteligência Artificial e Computação Cognitiva

A utilização da Inteligência Artificial, que é a área da tecnologia da informação que desenvolve softwares que simulam a inteligência humana, já são uma realidade em diversos setores, como no atendimento ao cliente de diversos setores, um exemplo bem comum são os chatbots que conversam com os clientes através dos sites ou do Whatsapp. E conforme essa tecnologia melhora seu desempenho é natural que tenhamos cada vez mais empresas utilizando estas soluções para automação nesta área. Mas a Inteligência artificial vai muito além disto. Temos a aplicação destas tecnologias viabilizando o uso de veículos autônomos, a automação de linhas de produção de indústrias, e inúmeras aplicações na área médica possibilitando maior assertividade nas atividades médico-hospitalares.

Sem dúvida, estas tecnologias devem ser analisadas com muita atenção na maioria dos setores econômicos em 2023, trazendo oportunidades muito interessantes.

Sabendo que estas são as tecnologias que deve impactar o mercado de tecnologia nos próximos anos, o desafio dos gestores é compreender como estas tecnologias podem trazer ameaças e oportunidades para os seus negócios

CLAUDIO CARVAJAL

Cloud Computing

Cloud computing, ou computação na nuvem, é uma tecnologia que permite acesso remoto a softwares, armazenamento de arquivos e processamento de dados por meio da internet. É uma alternativa para você acessar dados importantes de qualquer computador, em qualquer lugar.

As empresas podem usar as ferramentas das plataformas de Computação em Nuvem de setor como blocos de construção para compor iniciativas de negócios digitais exclusivas e diferenciadas, proporcionando agilidade, inovação e tempo reduzido de lançamento no mercado, evitando os atrasos.

Até 2027, o Gartner prevê que mais de 50% das organizações usarão plataformas de Nuvem de setor para acelerar suas iniciativas de negócios.


Computação quântica

A computação quântica é a ciência que estuda as aplicações da mecânica quântica na ciência da computação, com objetivo de desenvolver o computador quântico. Na prática, ela será capaz de fornecer velocidade computacional sem precedentes com análise preditiva para resolver problemas. A tecnologia quântica, que usa as caracterizações exclusivas de partículas subatômicas para processar entradas de dados, provavelmente revolucionará tudo, desde segurança cibernética até análises em tempo real.

A computação quântica pode ser direcionada e aumentada por meio de inteligência artificial, operar em uma estrutura 5G ou 6G, oferecer suporte à IoT e catalisar ciência de materiais, biotecnologia, genômica e o metaverso.

Apesar de ser uma tecnologia em desenvolvimento que tem atenção e investimento de grandes empresas como Amazon, IBM, Google e Microsoft, além de atrair investimentos para para startups nesta área, devemos ter aplicações mais comerciais nos próximos anos. Mesmo assim, é importante que os gestores conheçam esta tecnologia em 2023 e vejam se há algum impacto para seus negócios ainda que nos próximos anos.


Hiperautomação

A Hiperautomação consiste na em ampliar a automação dos processos empresariais através da utilização de inteligência artificial (IA), aprendizagem de máquina, Internet das coisas (IOT) e automação de processos robóticos.

A automação de processos será intensificada viabilizando tomadas de decisões mais inteligentes e estratégicas com uma melhor análise dos dados, otimizando o tempo de produção das equipes. Outro ponto importante é a ligação da hiperautomação com a Internet das Coisas (IoT), possibilitando grandes saltos na interação entre máquinas cada vez mais úteis na rotina corporativa. A ideia é que a comunicação fique mais fácil e clara entre os dispositivos, reforçando a segurança dos dados utilizados por diferentes áreas.

 

Superapps

Um superapp combina os recursos de um aplicativo, uma plataforma e um ecossistema em um único software. Ele não apenas possui seu próprio conjunto de funcionalidades, mas também fornece um ambiente ideal para terceiros desenvolverem e publicarem seus próprios miniaplicativos. Até 2027, o Gartner prevê que mais de 50% da população global serão usuários ativos diários de vários superapps.

“Embora a maioria dos exemplos de superapp sejam de aplicações móveis, o conceito também pode ser aplicado a aplicativos para desktop, como o Microsoft Teams e o Slack, com a chave sendo que um superapp pode consolidar e substituir vários recursos para uso de clientes ou funcionários”, fala Karamouzis.


Metaverso

O Gartner define metaverso como um espaço compartilhado virtual 3D coletivo, criado pela convergência de realidade física e digital virtualmente aprimorada. Além disso, é persistente, proporcionando experiências imersivas aprimoradas. O Gartner espera que um metaverso completo seja independente de qualquer dispositivo e que ele não será de propriedade de um único fornecedor.

Segundo os analistas, o metaverso terá uma economia virtual própria, habilitada por moedas digitais e tokens não fungíveis (NFTs). Até 2027, a análise prevê que mais de 40% das grandes instituições em todo o mundo usarão uma combinação de Web3, Nuvem, Realidade Aumentada (RA) e Gêmeos Digitais em projetos baseados em metaversos destinados a aumentar a receita.

 

Sustentabilidade

A sustentabilidade influencia todas as tendências tecnológicas estratégicas para 2023. Em uma pesquisa recente do Gartner, os CEOs relataram que as mudanças ambientais e sociais são agora uma das três principais prioridades para os investidores, depois de lucro e receita. Isso significa que os executivos devem investir mais em soluções inovadoras projetadas para atender à demanda ESG visando cumprir as metas.

Para fazer isso, as instituições precisam de uma nova estrutura que aumente a eficiência energética e de materiais dos serviços de TI, permita a sustentabilidade empresarial por meio de recursos como rastreabilidade, análise, energia renovável e Inteligência Artificial, além de implementar recursos de TI para ajudar os clientes a atingir seus objetivos.


Uma vez que os gestores da empresa conhecem estas tendências, o próximo passo é analisar como estas tecnologias podem trazer ameaças e oportunidades para os seus negócios, estabelecendo prioridades estratégicas de investimento em tecnologia para empresa.

Apesar das perspectivas econômicas não serem tão favoráveis para muitos setores neste ano de 2023, devido à alta global da inflação, aumento das taxas de juros e consequentemente apreensão de muitas empresas em realizar investimentos, não é possível deixar de buscar esta compreensão da mudança que a tecnologia traz para o seu setor e a sua empresa.

A superação dos momentos difíceis nas empresas passa pela capacidade de inovação, flexibilidade e adaptabilidade de suas equipes. A aplicação eficaz destas novas tecnologias é parte da estratégia para trazer inovação para o negócio e valor para os clientes.

 

Compartilhe:

Claudio Carvajal

Claudio Carvajal

Professor e Coordenador Acadêmico na FIAP. Empreendedor na área de negócios digitais, co-founder da Singular NEXT. Palestrante na área de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia. Autor de livros na área de negócios e tecnologia.

Veja todos os Posts
Categorias
Economia Inovação Tecnológica Internet das Coisas Internet of Things Tecnologia Emergente

A Transformação Digital no Agronegócio Brasileiro

Artigo

A Transformação Digital no Agronegócio Brasileiro

A Transformação Digital no Agronegócio brasileiro
O agronegócio é um dos segmentos econômicos de maior capacidade de gerar riquezas e reduzir desigualdades sociais, além de ser responsável por mais da metade das exportações e cerca de 26% do PIB (Produto Interno Brasileiro), mesmo considerando a crise instalada pela pandemia do COVID 19.

O desempenho do Agronegócio no país tem sido surpreendente nos últimos anos, o superávit do setor foi maior do que o da própria balança comercial, que  registrou US$  50,9  bilhões  em  receita  líquida, enquanto o  agronegócio excedeu a marca de US$ 100 bilhões (CEPEA, 2021).

Além de fatores de mercado, como o aumento da demanda da soja pelos principais países consumidores do mundo, principalmente Estados Unidos e a China, este avanço nos resultados só é possível graças à uso intensivo de tecnologia e transformação, em especial à inovação nas técnicas de cultivo de solo, insumos e sementes melhoradas, georreferenciamento e uso de drones. No final de 2020, por exemplo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, noticiou o aporte de R$ 140 milhões em investimentos em PD&I.

Como todo negócio em transformação, o agronegócio também tem seus desafios.  A pandemia impôs restrições à mobilidade de pessoal, dificultando a realização de alguns serviços no campo e ao apoio do setor de logística, responsável pelo transporte de insumos e produtos. Além disso, o setor se viu ameaçado pela forte pressão do mercado mundial, que passou a exigir melhores práticas de preservação ambiental, entre elas o combate ao desmatamento e às queimadas.

 

A transformação digital no agronegócio brasileiro traz um cenário bastante otimista para o desenvolvimento desta indústria tão importante para o país.

CLAUDIO CARVAJAL

A superação destes desafios passa pelo desenvolvimento de soluções tecnológicas que exigem uma mudança no paradigma que possa digitalizar cada vez mais o setor. A gestão estratégica do agronegócio, assim como outros setores, começa pela sensibilização de suas lideranças para que elas possam trazer as tecnologias emergentes agregando valor para organizações do agronegócio e para sociedade.

Além do investimento direto em tecnologia pelas empresas tradicionais do agronegócio, há também um crescimento de iniciativas de inovação aberta e do ecossistema de startups, ou seja, de criação de novas empresas de tecnologia que trazem inovação para este mercado, as chamadas de AgTechs. Estas startups impulsionam a transformação digital no agronegócio, melhorando a qualidade de vida do trabalhador do campo e os resultados do setor. Observando os investimentos realizados recentemente, é possível observar algumas tecnologias que não são apenas tendências, mas uma realidade neste processo de mudança, tais como:

Inteligência Artificial: O uso da inteligência artificial melhora a eficiência, reduzindo custos. Além da análise de dados, da automação de equipamentos e maquinários, a inteligência artificial tem ganhado espaço no universo do agronegócio diante dos mapeamentos e diagnósticos precisos que geram retornos de investimentos.

IoT e Drones: Dentro do conceito básico de IoT – Internet das Coisas, a integração de tecnologias de sensores e softwares conectados a objetos como drones, por exemplo, permite a coleta de imagens e dados para os mais diversos fins dentro do agronegócio. O IoT alinhado com a Inteligência Artificial melhora a tomada de decisão que passa a ser baseada em análise de dados, e melhora a performance da automação.

Softwares e Aplicativos Mobile: A transformação digital no agronegócio já é uma realidade. A cada ano aumenta o número de soluções digitais que trazem benefícios para a produção, bem como para a cadeia produtiva do agronegócio, atendendo demandas que vão desde o financiamento para empresas até e-commerce e markeplace que integram os participantes deste setor. Essas novas empresas de tecnologia que surgem no agronegócio, as chamadas Agtechs, devem colaborar com seu desenvolvimento, possibilitando harmonizar a necessidade de expansão com os desafios sócio-ambientais.

A transformação digital no agronegócio brasileiro traz um cenário bastante otimista para o desenvolvimento desta indústria tão importante para o país. Tanto os programas governamentais de incentivo à pesquisa, os investimentos de grandes empresas do setor e as iniciativas de inovação aberta serão fundamentais para acelerar este processo e trazer cada vez mais produtividade com responsabilidade socioambiental.

 

Compartilhe:

Claudio Carvajal

Claudio Carvajal

Professor e Coordenador Acadêmico na FIAP. Empreendedor na área de negócios digitais, co-founder da Singular NEXT. Palestrante na área de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia. Autor de livros na área de negócios e tecnologia.

Veja todos os Posts
Categorias
4ª Revolução Industrial Design Thinking Economia Gestão Inovação Tecnológica Internet das Coisas Internet of Things Robótica Tecnologia da Informação Tecnologia Emergente

Oportunidades de modernização da Industria brasileira com a chegada do 5G e do investimento em soluções de IIoT

Artigos

Oportunidades de modernização da Industria brasileira com a chegada do 5G e do investimento em soluções de IIoT

5G e a IoT
Os avanços da ciência e da tecnologia sempre apoiaram o desenvolvimento da manufatura ao redor do mundo. Nas últimas décadas, os rápidos avanços nos métodos de industrialização e informatização determinaram significativos avanços no desenvolvimento da próxima geração de tecnologia de manufatura, a chamada Industria 4.0. Essa nova fase da indústria é marcada pela presença de soluções de Industrial Internet of Things – IIoT.

A IIoT consiste na utilização de IoT na Industria, ou seja no uso de tecnologias de sensores para captura de dados, transmissão para soluções digitais, comunicação e protocolos para automação de processos na indústria. Nesse sentido, o desenvolvimento da IoT está associado ao desenvolvimento da Indústria 4.0 e representa uma forte tendência na direção da nova revolução industrial. IoT integra vários dispositivos equipados com recursos de detecção, identificação, processamento, comunicação e rede.

A visão da indústria 4.0 vai além da utilização do IoT. Em conjunto com outras tecnologias, como Inteligência Artificial e Big Data, é possível converter as máquinas comuns em máquinas com munidas de poder de decisão capacidade de autoaprendizagem para melhorar seu desempenho geral, gerenciamento de manutenção e a interação ao com o ambiente. A integração e análise em tempo real de dados maciços otimizará os recursos no processo de fabricação e obterá melhor desempenho das organizações e da cadeia de valor.

Com a chegada das redes 5G, uma importante evolução para telecomunicações, a modernização da indústria brasileira deve ser acelerada.

CLAUDIO CARVAJAL

A visão da indústria 4.0 vai além da utilização do IoT. Em conjunto com outras tecnologias, como Inteligência Artificial e Big Data, é possível converter as máquinas comuns em máquinas com munidas de poder de decisão capacidade de autoaprendizagem para melhorar seu desempenho geral, gerenciamento de manutenção e a interação ao com o ambiente. A integração e análise em tempo real de dados maciços otimizará os recursos no processo de fabricação e obterá melhor desempenho das organizações e da cadeia de valor.

O futuro da indústria está no desenvolvimento de plataformas de fabricação aberta e inteligente para aplicativos de informações em rede industrial. Monitorar dados em tempo real, rastrear o status e as posições do produto, bem como manter as instruções para controlar os processos de produção, são as principais contribuições a Indústria 4.0. Se pensarmos na expansão desse conceito para cadeias ou setores indústrias, o poder dessa transformação é realmente revolucionário.

Com a chegada das redes 5G, uma importante evolução para telecomunicações, a modernização da indústria brasileira deve ser acelerada. O 5G é o padrão de tecnologia de quinta geração para redes móveis e banda larga, que as empresas de telefonia celular começaram a implantar em todo o mundo em 2018, e é o sucessor planejado das redes 4G que fornecem conectividade para a maioria dos dispositivos atuais. A melhoria de desempenho das redes permitirá a massificação dessa e de outras tecnologias no ambiente corporativo.

Já temos alguns casos de utilização de IoT e 5G na indústria brasileira em fase de teste. Recentemente, a operadora Claro anunciou um projeto em parceria com a empresa WEG em Jaragua do Sul, Santa Catarina, para implantação de tecnologia 5G para avaliar a aplicação de redes privativas para uso industrial e soluções de IoT. Segundo comunicado, a WEG busca “um alto nível de automação” para sua operação, que envolve a produção de motores elétricos, transformadores, geradores e tintas.

As empresas que olharem para essa transformação na indústria com certeza identificarão excelentes oportunidade para inovação, em especial através de inovação aberta e parcerias como no exemplo da Claro e WEG. Além de beneficiar empresas, o investimento na modernização da indústria é indispensável para competitividade nacional, e deve ser cada vez incentivado através de políticas públicas.

Compartilhe:

Claudio Carvajal

Claudio Carvajal

Professor e Coordenador Acadêmico na FIAP. Empreendedor na área de negócios digitais, co-founder da Singular NEXT. Palestrante na área de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia. Autor de livros na área de negócios e tecnologia.

Veja todos os Posts
Categorias
4ª Revolução Industrial Big Data Inovação Tecnológica Inteligência Artificial Internet das Coisas Internet of Things Robótica Tecnologia da Informação Tecnologia Emergente Transformação Digital

As tecnologias emergentes e a transformação digital

Artigos

As tecnologias emergentes e a transformação digital

Tecnologias Emergentes
As tecnologias denominadas emergentes são aquelas que têm potencial para criar ou transformar a sociedade nos próximos anos. Essas tecnologias já possuem aplicações práticas, despertam grande interesse por seu potencial de rápido crescimento e impacto na sociedade, mas ainda não foram plenamente exploradas. A solução em escala global dos grandes problemas da humanidade como a pobreza, mudanças climáticas, educação, transparência governamental, dentre outros, passa pela aplicação dessas tecnologias.

Existem inúmeras tecnologias emergentes em desenvolvimento, mas temos algumas que podem ser consideradas tendências atuais de mercado. Essas tecnologias são: Inteligência Artificial, Big Data, IoT, Impressão 3D e Robótica. Essas tecnologias devem transformar a vida das pessoas e das empresas nos próximos anos.

Além de gerar valor para seus clientes utilizando essas tecnologias, as empresas devem aplicá-las para facilitar o processo de tomada de decisão dos gestores.

CLAUDIO CARVAJAL

Inteligência Artificial: Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que se propõe a elaborar dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas. A Alexa, assistente de voz da Amazon, é um exemplo da aplicação de IA no mercado.

Big Data: É um conceito que descreve o grande volume de dados estruturados e não estruturados que são gerados a cada segundo. Um exemplo de utilização de Big Data por empresas, é a análise de dados de clientes realizada por grandes redes de varejo. Por meio da disponibilização de programas de recompensas para os clientes nos supermercados, por exemplo, as redes de varejo conseguem identificar os produtos preferidos de seus consumidores e assim gerar ofertas personalizadas.

IoT: O Internet of Things (IoT) descreve a rede de objetos físicos—“coisas”—que são incorporados a sensores, software e outras tecnologias com o objetivo de conectar e trocar dados com outros dispositivos. e sistemas pela internet. Esses dispositivos variam de objetos domésticos comuns a ferramentas industriais sofisticadas.

Impressão 3D: As impressoras 3D conseguem imprimir qualquer tipo de coisa utilizando a tecnologia de impressão tridimensional. Os materiais usados na impressão costumam ser resina plástica e modelagens com laser, e sua estrutura é de metal. Ao fazer a leitura de arquivos para impressora 3D, é possível criar os mais diversos tipos de objetos, como peças decorativas, alimentos e até mesmo tatuagem.

Robótica: A robótica é o estudo da tecnologia associada a concepção e construção de robôs. A área engloba toda a história dos computadores, robôs, sistemas mecânicos motorizados e atualmente está presente em áreas como a medicina e astronomia, por exemplo.

Além de gerar valor para seus clientes utilizando essas tecnologias, as empresas devem aplicá-las para facilitar o processo de tomada de decisão dos gestores. A transformação digital começa na compreensão de como a estratégia de negócios se encontra com essas tecnologias para que ela aconteça. A tecnologia é uma aliada na mudança do modelo de negócios e no desenvolvimento de novos produtos para atender melhor as pessoas e a sociedade.

Compartilhe:

Claudio Carvajal

Claudio Carvajal

Professor e Coordenador Acadêmico na FIAP. Empreendedor na área de negócios digitais, co-founder da Singular NEXT. Palestrante na área de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia. Autor de livros na área de negócios e tecnologia.

Veja todos os Posts